segunda-feira, 22 de março de 2010

O chamado




Recebo o chamado,

aciono o eletricista da obra,

chego ao local,

faço um teste e identifico o problema,

dispenso o eletricista,

aciono o parceiro de alta tensão,

informo o problema ao gerente da contratante,

gerente informa diretoria,

diretoria pergunta o preço.

É noite, longa será a noite!

A empresa no escuro, produção parada!

Que hora mais imprópria para se pensar em dinheiro!

Pergunto preço ao parceiro,informo ao gerente,

gerente solicita autorização da diretoria,

diretoria autoriza execução dos serviços,

gerente autoriza,

autorizo o parceiro,

aguardo a equipe chegar,

oficina volante e peças sobressalentes.

Não pode entrar na empresa ainda,

necessária a autorização da segurança patrimonial,

contatos com a gerência da base operacional,

a base contata o gerente da contratante,

autorizada a entrada da equipe,

novos testes na cabine de alta tensão

(tem 13 mil Volts sobre nossas cabeças).

Chama a Eletropaulo para desligar!

Nãããoooo !!!! Não precisa da Eletropaulo !

Vamos ficar a madrugada esperando por quem não virá!

PelAmordeDeus, toma cuidado aí ô !

Aperta botão, solta parafuso, abre a tampa,

tome graxa, tensiona a mola, aperta botão, dá-lhe teste!

Fecha tudo, aperta o botão "LIGA".

Ai caramba !!

Ahh... o barulho é esse mesmo!

A bobina de fechamento está energizada.

Tá demorando. Putz, 40 segundos !

Que eternidade ! Ufa !!!

É assim mesmo !

Contatos do disjuntor fechados, luzes acesas.

Vambora !

Peraí, assina aqui !

Eu ?

É... Não é tu o engenheiro da obra ?

Mas não respondo pelo cliente!

Mas foi você quem me chamou!

Hora de acordar o gerente,

assinatura autorizada.


Hora de ir pra casa,

se ninguém chamar no meio do caminho !

Tenho certeza que meu despertador será o telefone tocando...

Ao menos será um novo dia !

sábado, 27 de fevereiro de 2010

RAIOS, PERIGO NO AR e na terra

Já é sabido há tempos que o Brasil é o recordista mundial de raios.

O Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE) mapeou entre 2000 e 2009 uma média de 57 milhões de raios em território brasileiro todos os anos. Neste período ocorreram mais de 1300 mortes, o que dá a média de uma morte a cada 3 dias.

Este número pode ser ainda maior porque a distribuição dos raios sobre a superfície não ocorre por igual. Existem locais onde caem mais ou menos raios. E durante o período de chuvas, que se intensifica entre dezembro e abril, caem mais raios que no inverno. Fenômenos como "La Niña" também intensificam a ocorrência de raios.

Um raio pode matar ao atingir diretamente uma pessoa, por indução na rede elétrica ou, como muita gente não acredita, quando se propaga pelo solo antes de dissipar toda sua energia. Se você é homem e mora na zona rural tem cem vezes mais probabilidade de ser atingido por um raio do que uma mulher que mora em alguma região metropolitana.

Apesar do Amazonas ser o estado brasileiro campeão de raios, é compreensível que o maior número de mortes ocorra no estado de São Paulo, onde mora 20% da população do país. O que impressiona é que a maior parte destas mortes não teria ocorrido se a vítima soubesse o que fazer para se proteger do raio.

A maioria das vítimas atingidas por raios era de trabalhadores rurais que recolhiam animais ou trabalhavam em plantações ou descampados.

Estar próximo de algum meio de transporte também não é tão seguro. Melhor é estar dentro de um carro ou ônibus, com os vidros fechados, já que descarga atmosférica circula pela lataria e não entra no veículo. Isso também vale para aviões. O impacto direto de um raio não derruba um avião.

Dentro de casa o perigo vem do chão de terra batida ou da rede elétrica, telefônica e antenas. Daí vem a recomendação de desligar da tomada os aparelhos elétricos, não tomar banho durante tempestades e evitar falar ao telefone. Uma camada de cimento sobre o chão batido já é capaz de isolar o perigo que existe sob os pés das pessoas.

Uma regrinha simples pode ajudar a saber se uma tempestade está longe ou perto de você. Conte os segundos entre ver o raio e ouvir o trovão. Divida esse número por 3 e o resultado é aproximado o número de quilômetros que te separa do raio que você viu.

Sabia que enquanto você está lendo esta notícia, pelo menos uma centena de raios caiu em algum lugar do Brasil ?